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terça-feira, 14 de outubro de 2008

5ª edição do Congresso Brasileiro de Missões

Neste ano, teremos a 5ª edição do Congresso Brasileiro de Missões. Acontecerá entre os dias 13 a 17 de outubro de 2008 em Águas de Lindóia SP. O congresso é organizado pela Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB) e pela Associação dos Professores de Missões do Brasil (APMB) e com participação do COMIBAM – Cooperação Missionária Ibero-americana e da Comissão de Missões da Aliança Evangélica Mundial. Esta entrevista foi concedida pelo pastor Silas Tostes, coordenador do 5º CBM.

1- Como está a preparação para o 5º CBM?

Silas Tostes - Poderia dizer que excelente, pois trabalhamos com muita antecedência. O processo que culmina num CBM é bem participativo. Temos 27 líderes de missões. Ouvimos a opinião de todos ao longo do processo. Depois de decidirmos a data e o local do CBM, a comissão de programa elabora uma pré-proposta. Essa é modificada inúmeras vezes, até que todo o grupo receba eletronicamente para fazer suas observações. Então, marcamos um dia para a comissão de programa e os demais convidados se reunirem para aprovar todo o programa. O resultado tem sido a realização de um congresso missionário com muita unidade. No geral, o pessoal sente ser parte do processo, e num certo sentido, donos do mesmo. Eliminamos a idéia de um grupo privilegiado, tanto nas decisões, como no ter despesas pagas. Certamente que, com um grupo grande assim, não podemos pagar despesas. Então, a porta está aberta para todos. Líderes de missões podem participar, mas todos pagam suas despesas durante o processo de organização e no 5o CBM.

Lançamos o 5o CBM em outubro de 2007. Estamos divulgando-o muito. O site do congresso recebe pelo menos 120 novas visitas ao dia. Há semanas que a média aumenta para 300 pessoas diariamente. Temos vários movimentos de oração e organizações divulgando o congresso. Deveremos ter muitos líderes e futuros missionários presentes.

2- Quais são os objetivos desse congresso?

S.T. - Desejamos contribuir para uma maior conscientização missionária. Cremos que é possível a Igreja Brasileira engajar-se mais em missões. Essa Igreja tem seus pontos fortes (sabemos dos pontos fracos também). Normalmente a Igreja Brasileira é bem criativa nas suas metodologias organizacionais, litúrgicas e evangelísticas. Costuma contextualizar-se bem, atingindo diferentes faixas da sociedade. Imagine se pudéssemos transferir isso tudo para as áreas mais necessitadas do mundo. Imagine se, ao fazê-lo, o fizéssemos de tal forma que os missionários fossem bem selecionados e treinados (teologicamente com experiência prática). Imagine se levássemos a Igreja Brasileira a ser mais atuante socialmente no contexto brasileiro e missionário transcultural. Estaríamos, então, levando essa Igreja a ser relevante em seus dias. O 5o CBM tem a pretensão de contribuir para essas mudanças. O congresso mostrará também que nesse momento: Missões Brasileiras já respondem ao clamor do mundo.

3- Como avalia o envolvimento do evangélico com a obra missionária? E como o evento pode fortalecer esse envolvimento?

S.T. - Nosso envolvimento missionário está aquém do crescimento numérico da Igreja Brasileira. A última estatística mostrou que temos por volta de 3700 missionários. Isso é pouco se formos 30 milhões de evangélicos. Não se trata somente de melhorar a estatística numérica. Não deveríamos levar ao campo nossas divisões e competições. Unidade da Igreja é parte essencial da expressão do verdadeiro Cristianismo. O ideal é melhorar a estatística numérica, com a melhora da qualidade daquilo que se mostra como cristão. O serviço em amor precisa tomar a primazia. A impressão que temos deixado para a sociedade é que estamos atrás do dinheiro das pessoas.

4- O que se tem feito para levar um maior número de participantes?

S.T. - Como mencionado acima, estamos divulgando e orando muito. Está tarefa de divulgação tem sido o esforço de muitas organizações juntas.

5- No 4º CBM foram tratados alguns desafios. O que evoluiu de três anos para cá no cenário de missões? Faça um breve apanhado dessas conquistas.

S.T. - Olha, nesse momento, uma nova pesquisa está sendo feita. As estatísticas atuais não refletem um possível impacto do 4o CBM na realidade da Igreja Brasileira. Esperamos ter os novos resultados antes do 5o CBM.

6- Quem serão os preletores principais já confirmados?

S.T. - Todos os preletores como aparecem no site www.5cbm.com estão confirmados: Bertil Ekstron, Barbara Burns, Durvalina Bezerra, Alex Araújo, Antonia Van Mer, Carlos Queiroz, Paul Freston, Reuben Ezemadu, Ronaldo Lidório, Olinto Oliveira, Rinaldo de Mattos, Ester Lucena, Afonso Cherene, Gideon Tanbunaan. E muitos outros para mini-cursos, reuniões temáticas e mesas-redonda. São 80 no total.

7- Como obter informações para participar do CBM? E a quem se destina?

S.T. - O congresso destina-se a líderes, pastores, apoiadores de missões, missionários, futuros missionários e todo aquele que deseja aprender sobre o assunto. A forma mais completa de informação é o site www.5cbm.com

8- Deixe uma palavra desafiadora para nosso leitor.

S.T. - Há uma realidade ao nosso redor que precisa mudar. Entendemos que Deus pode usar o 5o CBM como um dos instrumentos para mudança de mentalidade. Nossos atuais pontos fracos são os seguintes:

1. O crescimento numérico da Igreja no Brasil se dá em troca de promessas de vitórias. As idéias de sacrifício e entrega a Deus são pouco ensinadas. Sem entrega não tem missões;

2. O Brasil como celeiro de missões devido ao seu potencial é bom. Mas, como celeiro presumindo superioridade em terminar a tarefa é ruim. Isso é orgulho. Deus resiste ao soberbo e dá graça ao humilde. Coréia (12 mil missionários) e Nigéria tem mais missionários que nós. Sei que não é competição. Mas existe muita presunção entre nós. Deus parece estar usando muito mais outras nações;

3. Ficamos especializados em missões. Nem sempre entendem o que falamos. Precisamos de pessoas que mobilizem, produzindo paixão no coração. Pessoas que se destaquem nesse trabalho como George Verwer. Sem mobilização não tem mais obreiros para os campos. Precisamos de pregadores apaixonados pelos campos;

4. Ensinar Missões poderia ser de forma mais produtiva à luz dos feitos do Senhor na história, mostrando, por exemplo: como Ticunas e Terenas (grupos indígenas) e outros vieram a Jesus. Acho que criamos muitas dicotomias, como: missões nacionais versus estrangeiras; missões urbanas versus transculturais; missões versus templo; ir versus ficar; missões entre os pobres versus negócios; agências versus igrejas enviadoras; denominacional versus interdenominacional; curto versus longo prazo… De alguma forma, precisamos falar de missões de forma mais positiva, mais simples. Muitas vertentes conflitantes confundem o povo. Precisamos falar das vertentes existentes, mais somando do que subtraindo.

Se você deseja mudar esse quadro, participe do 5o Congresso Brasileiro de Missões: www.5cbm.com

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